Diário de Bordo - Jonas

 

10/05/2006 – Iate Clube – Bondinho – Escola Naval – Rio Boat Show

Outro dia bastante movimentado. Primeiro fomos até a estação do famoso bondinho do Pão-de-Açúcar, embarcamos em um deles e começamos a viagem. A vista é linda! Dá para ver tudo! Praias, cidade, enfim, o Rio todo e Niterói também. O bondinho parou no morro da Urca, onde pudemos tirar várias fotos. Depois seguimos para o Pão-de-Açúcar. Novamente no bondinho, a vista fica melhor ainda. No caminho, vimos alpinistas escalando o Pão-de-Açúcar! Batemos fotos nos mirantes, apreciamos o lugar e voltamos ao morro da Urca. Lá vimos vários sagüis e ficamos um tempão tirando fotos deles. Descemos e fomos para a Escola Naval, onde vimos a parte de toda a preparação física, os veleiros da equipe de competição e muitos outros lugares legais. O nosso guia foi o Kaslley, um cara super simpático. Ficamos sabendo de várias curiosidades. Por exemplo: você sabia que a Escola Naval do Rio é a mais antiga escola de ensino superior do Brasil? Após essa visita super-legal, fomos novamente ao Rio Boat Show. Como eu sou doido para virar engenheiro naval, fiquei super-feliz quando conheci, no stand da Delta Yachts, Nestor Volker, um dos maiores projetistas de barcos do mundo! Infelizmente não consegui encontrar o meu ídolo: Cabinho, o famoso projetista e cruzeirista brasileiro, cujo barco estava lá. Novamente foi um dia super-legal aqui no Rio.

 

11/05/2006 – Iate Clube – Museu de Arte Moderna – Cristo Redentor

Saímos cedo do barco e o Guido, um amigo nosso que conhecemos em Jurumirim, nos pegou na portaria para irmos passear. Primeiro fomos no Museu de Arte Moderna e encontramos a Priscila, que conhecemos junto com o Guido. Almoçamos lá e fomos ver a exposição, que é bem legal. Depois fomos para o Cristo Redentor, passando por Ipanema, Copacabana e parando na Vista Chinesa e no Alto da Boa Vista. No caminho estavam filmando uma tal novela “Prova de Amor”. Como não gosto de novelas, não dei nem bola. Chegando ao Cristo, vimos a famosa estátua gigante e batemos fotos. O único problema foi o vento super-gelado. Fomos ao enorme apartamento do Guido e ele nos emprestou dois DVD’s. Um sobre pingüins e um sobre aves migratórias. Nos despedimos e à noite vimos os dois DVD’s, muito legais, finalizando o dia.

 

12/05/2006 – Iate Clube – Cidade

Hoje o dia foi basicamente manutenção. De manhã respondemos e-mail’s e abastecemos o barco de água e diesel. Depois um eletricista veio no barco para consertar as luzes do mastro (tope e cruzeta). Então fomos almoçar na cidade (um restaurante caro, infelizmente) e voltamos para o Iate Clube. O pai pediu que eu e a Carol pegássemos uma coisa no barco e, na volta, encontramos o Bira, um amigo nosso que, sem sabermos, estava aqui, trabalhando em um imenso “Jeanneau” (Don Arturo, Il Magnífico)! Para completar a sessão de coincidências, encontramos o Gabriel Borgstrom, tio do meu colega Kim, aqui! De quebra, ainda disse que veio com o Valter, pai da colega Ana Paula e do amigo (e colega de Judô) Alexandre!!! Foi um dia bem trabalhoso com um final bem engraçado.

 

13/05/2006 – Iate Clube – Porta-Aviões São Paulo

Quando pus a cabeça para fora da cabine, vi que havia alguns “lasers” velejando perto do barco. Entrei de novo e, dez, minutos depois, havia dezenas deles! Ficamos sabendo que era a regata “6 horas de laser”! Eu fiquei morrendo de vontade de estar lá no meio. Fizemos compras e, às 2:00 hs da tarde, fomos fazer uma fantástica visita ao gigantesco Porta-Aviões São Paulo (266 metros), o navio capitânia da Marinha do Brasil!!! Nosso guia, o tenente De Paula (esse é o sobrenome) nos disse que o Brasil é um dos 11 países do mundo que tem um porta-aviões, que a capacidade do navio são 2.000 pessoas e que ele tem 1.088 salas!!! Vimos uma boa parte do navio, desde a pista de decolagem até o COC (Centro de Operações de Combate). Outra curiosidade é que esse navio é o mesmo porta-aviões que aparece no começo e no fim do filme “Maré Vermelha”, quando seu nome ainda era “Fosch”. Como lembrança da visita ganhamos um boné cada um, muito legal. Jantamos no clube (com os lasers ainda na água), encontramos de novo com o Gabriel e lemos o “Do Rio à Polinésia”.

 

14/05/2006 – Iate Clube – Ilha de Paquetá

Logo cedo zarpamos para a ilha de Paquetá, terra de “A Moreninha” (livro) e um lugar lindo. Aproveitamos para testar o novo piloto automático (batizado de Alfredo), que se comportou muito bem. Assim que chegamos na ilha fomos passear de charrete e vimos várias coisas legais como o rochedo descrito em “A Moreninha”, o parque da ilha, o único cemitério de aves da América Latina e outros locais. Então alugamos bicicletas e fomos passear. Voltamos ao barco e lemos “Do Rio à Polinésia”.

 

15/05/2006 – Ilha de Paquetá – Fragata União

Pegamos a barca Paquetá-Rio bem cedo para outra fantástica visita: a Fragata União, escolta do porta-aviões. Fomos guiados pelo tenente Hideki e conhecemos várias coisas legais. Por exemplo, uma câmera infravermelha (de canhão) com a qual podíamos ver tudo em volta. A Fragata surpreendeu por causa do armamento e de todas as medidas de segurança para não acertar navios de comércio e amigos. Outra coisa é que ela pode atacar tanto navios, como aeronaves e submarinos! Ainda por cima ela tem um míssil despistador, que desvia mísseis inimigos! Por fim conhecemos o comandante Pixinine, de quem também ganhamos lindos bonés: o pai de Almirante, eu de Comandante e a Carol de Tenente. Conversamos bastante e pegamos novamente a barca para Paquetá onde dormi feito uma pedra.

 

16/05/2006 – Ilha do Paquetá – Niterói

Hoje é aniversário da Carol!!! Logo cedo comemoramos e levantamos panos com destino a Niterói. Chegamos rápido e encostamos no píer do Clube Naval Charitas. Conhecemos um casal de australianos muito legais, o Paul e a Diane (só que, como eles falam em inglês, foi uma verdadeira comédia tentar conversar). O Clube é bem legal e eu e a Carol jogamos pebolim. Passeamos nos píeres à noite e respondemos e-mail’s. Íamos ver “Perdidos no Espaço”, mas não deu tempo. Comemoramos o aniversário com uma lata de pêssego em calda, demos os presentes e depois dormimos.

 

17/05/2006 – Charitas – Fortaleza – Parque da Cidade

De manhã tomamos um delicioso banho de piscina e fomos dar um passeio. Na volta pegamos um táxi e fomos conhecer alguns pontos turísticos da cidade. O primeiro foi a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, enorme! O guia nos mostrou a fortaleza toda e contou algumas histórias bem legais, como a de uma estátua que lá foi parar por engano. Em seguida fomos no Parque da Cidade, onde as pessoas saltam de parapente. A vista é espetacular!!! Voltamos para o Charitas, onde almoçamos, vimos o jogo Barcelona x Arsenal e assistimos “Perdidos no Espaço”.

 

18/05/2006 – Charitas – Travessia para Cabo Frio

De manhã fomos à piscina (gelada) onde eu nadei um pouco e fui brincar com a Carol de pebolim. Almoçamos e fomos no “Samba”, um veleiro que viajou muito. Os seus donos, Suzi e Renato, são muito simpáticos e nós conversamos por um bom tempo. Então voltamos ao Fandango, levantamos âncora e partimos para o que seria a maior pauleira que pegamos na viagem até agora. Logo de saída assistimos a mais um episódio de “Erros da Previsão de Tempo” e, ao invés de vento de nordeste com apenas 12 nós de velocidade, pegamos 25 nós de vento na cara e ondas de dois metros de altura! Logo de começo, descansando no cockpit, uma onda perdida me deu um banho de molhar até os ossos e eu tive de trocar de roupa. A coisa estava tão feia que a Carol enjoou (coisa que não é nada fácil de acontecer)!!! No meio da noite, eu e o pai vimos uma coisa muito estranha: luzes parecendo um avião, só que derrubando várias luzes vermelhas, brancas e azuis. A coisa ficou fazendo isso uma meia hora e aí simplesmente sumiu!!! De resto, só banhos e um frio de rachar.

 

19/05/2006 – Travessia – Arraial do Cabo

Continuaram os banhos por um tempo e eu logo fui dormir. Quando acordei o sol já estava alto e o Cabo Frio já estava à vista! Entramos pelo “Boqueirão”, uma pequena passagem entre o cabo e a ilha de Cabo Frio, e passamos a poucos metros de um grande banco de areia. As duas coisas que marcaram nossa chegada foram a água cristalina (dava para ver o fundo de cima do Fandango!) e a paisagem, que reúne praias com vegetação rala e cactus. Ancoramos na aconchegante praia do Forno e, enquanto eu e a Carol alimentávamos gaivotas, o capitão dormia a sono solto. À noite apenas escrevi um pouco e fui dormir, cansado da travessia.

 

20/05/2006 – Praia do Forno – Arraial do Cabo

Já descansados, fomos à praia logo cedo. A praia é muito bonita: água límpida e areia fofa. Em uma das pontas há uma pequena trilha que dá em Arraial do Cabo. Fizemos essa trilha e depois eu e a Carol brincamos, fazendo castelos de areia e barcos de isopor. Depois fomos para Arraial do Cabo e passamos ao lado de um submarino!!! Conhecemos dois velejadores, o Claudinei e o Edélcio, que vieram para cá um dia antes que a gente. O Edélcio chegou sem o mastro do barco e o Claudinei sem a ponta de um dedo!!! No píer vimos, pelo menos, cinco tartarugas!!! Fomos fazer compras e aproveitamos para conhecer a cidade. É um lugar aconchegante com pessoas muito simpáticas. À noite estudei e fui dormir.

 

21/05/2006 – Arraial – Ilha de Cabo Frio – Praia do Forno

De manhã o pai comprou isca e nós saímos para pescar. Primeiro tentamos na Ilha de Cabo Frio, só que só pegamos peixes minúsculos. Então fomos para a praia do Forno. O primeiro peixe foi meu, um sargo pequeno, só que já em tamanho bom de comer. Depois pegamos três carapaus, pouco maiores que o sargo. A pescaria já estava boa quando apareceram cinco peixes-porco grandes. E burros feito uma porta! Quando abaixávamos a linha, primeiro eles tentavam comer a chumbada e só depois avançavam na isca! De cinco peixes-porco nós pegamos quatro! Depois fomos à praia e voltamos para Arraial. Demos dois porcos, um carapau e um sargo para o Claudinei e o Edélcio e ficamos com o resto. No almoço comemos risoto de lula (com o que sobrou das iscas) e peixe frito (hummm!). À noite tomamos um delicioso açaí na cidade, ouvimos o “Do Rio à Polinésia” e dormimos.

 

22/05/2006 – Arraial – Praia do Farol (Ilha de Cabo Frio)

De manhã fomos passear na praia dos Anjos, bem na frente da cidade. Vimos uns pescadores tirando peixes da rede e eu e a Carol brincamos de correr pelas dunas de areia que ficam lá. Em uma das corridas eu exagerei na velocidade e levei o maior tombo! Foi muito engraçado! Fomos fazer compras e logo após saímos para a praia do Farol, na ilha de Cabo Frio. A praia é fantástica! Uma das mais bonitas (e diferentes) praias que eu já vi!!! Existem várias dunas cheias de vegetação no topo. O contraste é tanto que, em alguns lugares, a areia parece neve. A areia avança quase um quilômetro morro acima! Brinquei muito, só que tivemos de ir embora antes que a maré descesse. À noite, jantamos pizza na cidade e o Edélcio ensinou-nos a fazer redes. Foi um dia nota 10!

 

23/05/2006 – Arraial –Cabo Frio

De manhã tentamos ir ao Museu Oceanográfico da Marinha (aberto ao público), mas ele estava fechado e nós voltamos para o barco. Logo depois saíamos rumo à cidade de Cabo Frio. Fizemos uma velejada gostosa rumo a Cabo Frio, a apenas 6 milhas (uma hora) de distância. Encostamos na sub-sede do Iate Clube do Rio e fomos muito bem recebidos. Saímos para passear, mas começou a chover e nós voltamos para o Fandango. À noite, eu ensinei o pai a fazer redes e ele fez uma bem bonita para legumes.

 

24/05/2006 –Cabo Frio

De manhã saímos para passear. Andamos um pouco na praia do Forte, uma imensa praia de 7,5 quilômetros de extensão, com grandes ondas e dunas de areia enormes. Pegamos alguns folhetos no posto de informações turísticas (inclusive um mapa) e fomos passear na cidade. Fomos no Convento Nossa Senhora dos Anjos, que agora é um museu superlegal. Depois fomos até o topo do Morro da Guia, onde há um mirante e uma linda capelinha. Lá conhecemos Edson Cruz, da guarda municipal de Cabo Frio, um cara super-simpático e que transformou o simples trabalho de abrir e fechar a capelinha numa verdadeira aula de história!!! Eu achei essa visita a melhor do dia. Logo após passamos em uma loja onde a Carol comprou material para fazer colares. Almoçamos na “Casa da Tapioca” onde, é lógico, comemos deliciosas tapiocas até nos fartarmos. Voltamos para o barco onde eu li e estudei. No livro de geografia, havia uma foto do manguezal do Mamanguá, em Parati. É gozado ver, no livro, referências a lugares por onde passamos. Finalizei o dia lendo “O Senhor dos Ladrões”.